Se eu pudesse descrever,
toda a alegria de ver,
um belo desabrochar...
Ah! Se eu soubesse contar
e lhes pudesse dizer,
como é bom vê-la comer...
e feliz, dormir, sonhar...
Lindos olhos, deliciosa,
olha pra nós, amorosa,
e dá as patas, vendida.
Está meio gordona, lustrosa,
por bolos não tem medida;
cheira tudo, é uma gulosa,
não tem conta na comida.
Na juventude perdida,
teve que lutar p'la vida,
brigar por lugar ao sol.
Sem gostar de desacato,
de cachorradas seu rol
está atrasado, esquecida,
mas já roeu um sapato.
Nas cestas espreguiçada,
ou ao sol, esparramada,
junto com o gato, a dormir.
Iludiu-me, a desgraçada;
roeu a cesta de verga,
é marota, não se enxerga,
e já teve que me ouvir.
Finalmente, a vizinhança
pode entrar com confiança
e sem medo, no quintal.
Venham ladrões, malfeitores,
(se abana a cauda, é fatal)
roubem casa, levem flores;
é cão manso, não faz mal.
Fez um buraco na terra,
enterrou osso, fez guerra
com outros cães, reinação.
Não quer saber do carteiro,
nem me avisa do padeiro.
Vou retirar do portão,
letreiro «Cuidado com o cão».
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23/01/2002
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958
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